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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O amor, e ponto final

Queridos e queridas,

Tem estréia marcada para 04 de setembro nas salas italianas o filme "L'Amore e Basta" (O amor e ponto final). O documentário, dirigido por Stefano Consiglio, apresenta o amor gay, do ponto de vista de nove casais de gays e lésbicas entrevistados em diferentes países da Europa. Trata-se de mais uma produção realizada com o intuito de dar voz aos homossexuais, de mostrar como eles e elas celebram o amor, a sexualidade, e como lidam com a discriminação tanto na vida pessoal como profissional.

Este assunto me faz lembrar de um dos melhores filmes que já vi a respeito: Filadélfia.
Esta produção norte-americana de 1993, dirgida por Jonathan Demme e com roteiro de Ron Nyswaner, apresenta o grande ator Tom Hanks no papel de Andrew Beckett, um advogado homossexual que trabalha para uma conceituada empresa em Filadélfia. Ao ser diagnosticado com AIDS, é demitido. Ele contrata um advogado homofóbico, que com o tempo se dá conta do seu ridículo e injustificado preconceito.

Filadélfia recebeu o Urso de Prata e Globo de Ouro de melhor ator, Oscar em 1994 de melhor ator, melhor canção original, entre outros prêmios. O que este filme omitiu, que foram as cenas de beijos ou quaisquer outras intimidades mais explícitas entre Andrew e seu parceiro (interpretado por Antonio Banderas), foi o que O Segredo de Brokeback Mountain veio mostrar mais tarde. Que todos se amam, todos se beijam, todos tem tesão, e há diferentes e diversas maneiras de amar. E de sofrer quando se reprime esse amor.

A única relação transviada e na contramão é a falsa forma de amar. O não amar. O desapaixonar. As relações podem ser monogâmicas e serem puro tédio. Desamor. Prazo de validade vencido. Mantêm-se tão somente as aparências.
As relações podem ser heterossexuais e nem por isso são sinônimo de juntos para sempre, até que a morte nos separe, ou eterno enquanto dure. O mesmo com relação aos casais homossexuais.
Estar em uma relação é estar ligado a alguém. Enquanto houver essa ligação, essa conexão, essa química, que para uns é paixão, para outros é amor, haverá sentido em ficar junto. E cada um escolhe o par que lhe magnetiza, que lhe energiza, que lhe completa.

Por que, então, tanta hipocrisia, tanto preconceito com as escolhas que as pessoas fazem? Em algumas situações, como a que este filme mostra, a perseguição é explícita, coagindo alguém, humilhando e difamando. Mas em muitas outras situações esse preconceito se manifesta de forma velada, e não por isso menos danosa. Como se uns fossem melhores do que outros, ou normais em relação a outros, ou saudáveis em relação a outros.

O que o documentário italiano mostra, e também Filadélfia e vários outros filmes que tratam dessa questão, é que claro está, onde há amor, onde há paixão, há uma relação feliz.
Será que isso é o que atormenta os "senhores da moralidade"? A essas pessoas, a resposta é: o amor, e ponto final.
Boa noite!

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