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escrevo a dor e o prazer de viver vivo para escapar da morte morro e acordo cada vez mais forte

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Jigme

Queridos e queridas,

No dia 26 de março de 2008, Dhondup Wangchen, 34 anos, foi preso. Conseguiu fugir três meses depois, e voltou a ser detido. Foi torturado, maltratado. Continua sendo torturado, sofrendo maus tratos. Sofre de Hepatite B, e não recebe tratamento. Seus familiares não tem contato com ele, nem tampouco receberam notificação oficial, sob a alegação de ser "segredo de Estado". A família contratou dois advogados, que foram retirados do caso, pouco tempo depois.

O crime: Dhondup Wangchen é cineasta. Acusado de praticar jornalismo ilegal, de incitar a subversão do poder do Estado, de incitar o separatismo em Xining, capital da província de Qinghai, no oeste da China.

A motivação do crime? O direito à liberdade de expressão. Dhondup Wangchen realizou um documentário no qual os tibetanos tem voz. Eles, deixando o medo para trás, falam sobre as agruras, todo o tipo de sofrimento aos quais são submetidos pelo governo chinês, que não reconhece a cultura tibetana. Não somente não reconhece, como a massacra, passa o rolo compressor do autoritarismo, da censura, da total violação aos direitos humanos do povo tibetano. Povo que está se desintegrando, por assim dizer, a cada dia, tendo em vista o aparato policial de controle sobre o ar que respiram. Mas que não teme em deixar o medo para trás em cada oportunidade que tem, em cada janela que se abre, para falarem, para mostrarem ao mundo os abusos aos quais vem sendo submetidos. O cineasta e preso político Dhondup Wangchen reúne no documentário intitulado Jidgrel (Leaving Fear Behind) entrevistas que mostram as principais lutas deste povo que agoniza sob a ocupação chinesa. Juntamente com dois primos, o cineasta viajou munido de três perguntas na bagagem: como os tibetanos se sentem em relação ao Dalai Lama, à China, e aos Jogos Olímpicos em Pequim.

O crime estava consumado: vieram as respostas, as imagens, o filme. Que foi contrabandeado para fora do Tibete m 2008.

O jovem cineasta teve a coragem, a ousadia e a honestidade com sua própria consciência ao filmar o que realmente acontece no Tibete. Ele sabia muito bem o que esse filme lhe acarretaria. Talvez, ou exatamente por isso, seu apelido nas filmagens é Jigme, significa sem medo.

Ainda que não haja quase advogados de direitos humanos na China (vários perderam suas licenças, outros ainda não as tem...), apesar de o governo chinês propalar uma imagem oficial de estar preservando a linguagem e a cultura tibetana, Jigme continuou, até terminar o filme, até divulgar o filme para o mundo.

Agora, não podemos mais fazer de conta que essa situação não existe. Não podemos mais ignorar o sofrimento, a luta e a bravura do povo tibetano. Jigme.

Se por um lado o governo chinês está se saindo muito bem no gênero ficção, beirando o fantástico, recheado de efeitos de montagem como os que assistimos nos Jogos Olímpicos, o documentário nu e cru de Jigme mostra que enquanto houver coragem, haverá esperança.

Peço-lhes que apóiem Jigme, seus familiares, para que ele não seja um desaparecido ou um suicida fabricado por um sistema opressor. Assinem a petição neste link, enviem para amigos, se mobilizem pela liberdade de expressão na arte cinematográfica, pelo direito à liberdade, à vida, à justiça:

Thank you for taking the time to send an email to Qinghai's Party Secretary, asking for the release of Tibetan film-maker. Please forward this action link - https://webmail.ufrgs.br/services/go.php?url=http%3A%2F%2Forg2.democracyinaction.org%2Fo%2F5380%2Ft%2F4574%2Fp%2Fdia%2Faction%2Fpublic%2F%3Faction_KEY%3D1009 - to any friends or family whom you think would also like to help in this campaign, and remember to visit https://webmail.ufrgs.br/services/go.php?url=http%3A%2F%2Fwww.tibetnetwork.org for updates.Thank you!The International Tibet Support Network team
Jigme!

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