Quem sou eu
- Giancarla Brunetto
- Porto Alegre, RS, Brazil
- escrevo a dor e o prazer de viver vivo para escapar da morte morro e acordo cada vez mais forte
terça-feira, 30 de junho de 2009
Problema e solução
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Para Valéria, Waleska e para todas as mães do mundo
domingo, 28 de junho de 2009
Dunga, Lucio e o Gladiador
Confesso que o mais me chama atenção quando o assunto é futebol é a realização da Copa do Mundo. É a oportunidade de ver homens bonitos de várias nacionalidades. Tem algo também no futebol que deve ter raízes inconscientes, porque não há lógica alguma que explique por que, nesta capital do Rio Grande do Sul, ou se nasce colorado, ou se nasce gremista. Eu sou colorada. Mesmo quando não vejo os jogos, não sei os resultados, não vou ao estádio, não sei dizer o nome da metade dos jogadores. Sou colorada ontem, hoje e sempre. Como o sangue que corre em minhas veias.
sábado, 27 de junho de 2009
Traição
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Eu, M.J. e os manequins
quinta-feira, 25 de junho de 2009
This is it
quarta-feira, 24 de junho de 2009
O outro como um outro eu
Ontem eu escrevi sobre uma cena antológica que se referia à perseguição de inocentes. Diversos cineastas transpuseram para as telas do cinema suas visões sobre as invasões, as guerras, os genocídios, as lutas de classes, os regimes totalitaristas, de direita e de esquerda, e as ilusões da sociedade do espetáculo. Mas foi justamente um cineasta estreante alemão, de nome tão comprido quanto complicado para nós, não alemães - Florian Henckel Von Donnesmarck, que escreveu e realizou um filme ao mesmo tempo dramático e sarcástico sobre como um governo autoritário tenta manter o seu poder, mediante o total controle e vigília sobre os cidadãos e de um modo especial sobre os artistas. Estou falando de A vida dos outros, Oscar de melhor filme estrangeiro em 2007.
Ah, os artistas, sempre eles. Tão fúteis, tão inúteis, e tão indesejáveis no "sistema". Os que não se enquadram, não se entregam, não se deixam cooptar, os que captam no ar fétido e invisível a corrupção, a impunidade, a mentira, a falsidade, a traição. Os que transpõem para o cinema, a literatura, o teatro, a música, as artes plásticas, toda a dor e o estupor de ser testemunho de uma época de mordaça, de luxúria, de globalização da alienação, de uma guerra fria que dá lugar a uma outra guerra, e a uma outra guerra, e a toda e qualquer outra absurda guerra. Da babel da incomunicabilidade entre as pessoas. Que são vistas como números de CPF, de Carteira de Identidade, que ocasionalmente são indispensáveis pelo seu Título de Eleitor, para votarem na esperança de nações melhores. Menos corporativistas, menos clientelistas, menos totalitaristas, menos pseudo-democráticas.
Pois o alemão Florian reconstitui neste filme a Berlim Oriental cinco anos antes da queda do Muro. O ator alemão Ulrich Mühe interpreta o protagonista Wiesler, um agente da polícia secreta alemã que explica aos seus alunos como fazer as pessoas que se opõem ao regime confessar seus "crimes". Ele vai investigar o dramaturgo Dreyman, o único simpatizante do sistema, e se apaixonar por Christa-Maria, namorada de Dreyman. A partir dessa invasão da privacidade do dramaturgo, Wiesler vai fazer uma série de descobertas, antes e após a queda do muro de Berlim. Chega a ter medo de sua própria sombra, ele que se transformou em uma sombra na vida dos outros. Mühe tinha câncer de estômago, e morreu seis meses depois do filme ganhar o Oscar, em fevereiro de 2007. Ele era um dos líderes do teatro na extinta Alemanha Oriental. Sua interpretação marcante é uma das grandes razões de se assistir este filme.
terça-feira, 23 de junho de 2009
A escadaria e o melhor filme do mundo
segunda-feira, 22 de junho de 2009
blogs & diários
Eu li hoje que um dos grandes escritores contemporâneos, José Saramago, declarou ao Jornal Clarín que nos blogs, as pessoas vem escrevendo mais - e pior. Para o escritor português, muitas pessoas não sabem utilizar esse tipo de espaço disponível na internet, por não se preocuparem com a qualidade do que escrevem.
Eu acrescentaria outra palavra à declaração de Saramago: a utilidade de um blog. Por exemplo, o próprio escritor utiliza seu blog para publicar artigos que reuniu no livro Caderno de Saramago, o qual foi vetado na Itália pelo fanfarrão Silvio Berlusconi. De suas escrituras no blog será publicado um livro no próximo dia 25, em Lisboa, em um encontro com blogueiros e internautas.
O português nobel de literatura é o próprio exemplo de que qualidade literária e utilidade da internet como uma ferramenta educativa e cultural são não somente desejáveis, como plenamente realizáveis.
Há alguns anos, quando ainda não havia blog nem internet, havia o diário. O diário podia ser uma pequena caderneta, um bloco de anotações, pedaços reunidos de papel. O que se esperava de um diário não era a qualidade, mas a confidência. Sua única e primordial utilidade seria ser o silêncio, o guardador de segredos, o criado mudo, o melhor amigo.
Diferentemente de uma agenda, onde se registram compromissos, no diário se escreviam os segredos, os acontecimentos mais importantes, os registros da memória, os lapsos do insconsciente, os desejos mais escusos, as revelações mais íntimas. Sonhos, medos, fantasias. Quando a pessoa não cabia mais em si de tanta alegria, anotava seus sorrisos no diário. Quando a pessoa não continha mais em si tanta tristeza, anotava suas lágrimas no diário. Daí o uso de cadeados. Baús. Lugares para esconder o melhor amigo, o confidente, o guardador de segredos.
O oitavo pecado capital era a profanação do diário. Quem ousasse achar o esconderijo, quem se atrevesse a tirar o lacre do segredo, deveria ser banido da face da terra. Abrir um diário é o mesmo que escarafunchar a alma de alguém. Sem a sua permissão. Hoje, o blog convida e permite a socialização das dores e dos amores, do texto e do subtexto, do consciente e do inconsciente. É informativo, é terapêutico, é a qualidade, e é a falta de qualidade. É útil, ou é inútil. É o que o blogueiro quiser que seja.
Um dos meus livros de cabeceira é O Diário de Anne Frank. O livro que originou uma peça de teatro e o roteiro do filme dirigido por George Stevens, que recebeu três Oscars e indicações ao Globo de Ouro. Um filme que mostra as escrituras de uma menina de 13 anos que descobre no esconderijo de um sótão, nas agruras de uma guerra mundial, na tortura diária de ser discriminada e perseguida, que escrever é uma salvação.
Anne Frank conversava com Kitty, para quem escrevia sobre sua família, seus sonhos, seus medos. Para quem revelou o seu primeiro e grande amor. Para quem revelou sua inabalável confiança na vida. Anne Frank foi morta. Seu diário a imortaliza. E seu diário, hoje sob a forma de livro, de peça, de filme, divulgados em um blog, homenageiam e universalizam a sua imortalidade.
Abraços!
domingo, 21 de junho de 2009
Por uma vida menos ordinária
Estou de volta às minhas origens, mas alguma coisa mudou. Quando eu estava caminhando no bairro Glória, na cidade maravilhosa, vi um pequeno santuário em homenagem à Nossa Senhora Aparecida. E eu estava usando uma corrente que tem a sua imagem como pingente. Parei, mentalizei um pedido, uma reza, uma ajuda. Orientai os desorientados, eles não sabem o que fazem. Por um sentido na vida. Por uma vida menos ordinária.
sábado, 20 de junho de 2009
Focas e diplomas
sexta-feira, 19 de junho de 2009
As pimentas, a família e a humanidade
Assim caminha a humanidade é um épico sobre os conflitos que envolvem três gerações de famílias do Texas. O drama, realizado em 1956, tem a direção de George Stevens, e a participação brilhante de James Dean. O oscarizado filme mostra as disputas econômicas, amorosas e discriminações raciais que irão modificar completamente a vida dessas famílias.
quinta-feira, 18 de junho de 2009
O Capsulão e o tempo que passa rápido demais
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Asas do desejo
terça-feira, 16 de junho de 2009
Cidade de Deus e dos homens
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Oráculos e Enigmas
domingo, 14 de junho de 2009
O sol, a chuva e o plástico voador
sábado, 13 de junho de 2009
Luz e paz
sexta-feira, 12 de junho de 2009
As caras-metades, os inabaláveis e os românticos
Filmes como Harry e Sally, feitos um para o outro, e Bridget Jones, mostram que para conseguir a cara metade é preciso lutar muito. Na ficção, por exemplo, a mocinha gordinha é disputada por um playboy sedutor e por um diplomata exemplar.
O dia dos namorados, também chamado de dia universal da dor-de-cotovelo, não é dia para rompimentos, discutir a relação, pedir a separação. É um dia sagrado. Reza outra lenda que nesse dia, os sem-cara-metade andam disfarçados, comprando rosas, para fingir que ganharam, olhando vitrines, para fingir que escolherão o presente, vestindo-se impecavelmente, fingindo que estão indo para um lindo encontro. Quem for flagrado sozinho, numa mesa de bar, quem fizer reserva para um em um quarto de hotel, ou quem pedir telentrega para não ser humilhado publicamente em um restaurante, guardará um grande trauma para o resto de sua vida. Se sentirá sem um braço, uma perna, sem a cabeça. Com um buraco no coração.
Tem gente que comemora porque oficializaram esse dia. Nos demais, tudo volta para a pasmaceira. Tem gente que comemora porque realmente tem por quem comemorar. Tem gente que comemora brindando sozinho, e depois telefona para o melhor amigo, que por ser o melhor amigo, vai ouvir pacientemente suas lamentações, mesmo sendo em pleno dia dos namorados.
Tem os inabaláveis. Esses não dão a mínima para a data. São os homens que desdenham as mulheres, são as mulheres que não precisam dos homens, é a geração autosuficiente. Ficam quando querem, com quem querem. Esses tem uma pedreira no coração. Mas vedam, parece que é com Vedacit. Não sei se funciona.
O grande perigo, no dia dos namorados, e em outras datas que inventaram para complicar a vida desta categoria, como Natal e Ano Novo, é para os românticos. Essa é a pior espécie. Em extinção. Ao longo da história sempre foram olhados de lado. No fundo são invejados. Mas ninguém tem coragem de admitir. Ser romântico é ser careta, cafona, demodê, out.
Amar é sublime, mas as pessoas se envergonham de amar. No entanto, choram vendo filmes de amor. Acompanham os conflitos dos personagens, como a saga de Scarlet O'Hara e sua relação de amor e ódio com Rett Butler, e o amor impossível de Rick e Ilsa (Humphrey Bogart e Ingrid Bergman), as caras metades mais perfeitas que já vi no cinema.
Amem e sonhem!
quinta-feira, 11 de junho de 2009
House e o medo de amar
quarta-feira, 10 de junho de 2009
Correndo de si mesmo
terça-feira, 9 de junho de 2009
Plano B
Pensem em uma existência normalzinha, sem altos e baixos, vivendo no anonimato, em um círculo pequeno de familiares, amigos, conhecidos. Uma vida com baixo orçamento, sem grandes ambições, sem muitas perspectivas, mas também com risco quase zero. Não cresce, nem encolhe. Não vai pra frente, mas também não vem pra trás. Empaca em uma mesmice modorrenta, que já está me cansando só de escrever, imagine então para quem estiver vivendo nestas condições.
Agora, imagina uma outra alternativa. Eu chamo isso de Plano B. Ousar, arriscar, é coisa para uns, não para todos. Na vida e no cinema. Quem segue mais ou menos um mesmo esquema, uma fórmula, uma linha, nunca chegará a ser grande coisa, mas também não será rotulado como a pior pessoa de todas as épocas, ou o pior cineasta de todos os tempos.
Pois o cineasta norte-americano Ed Wood foi. Foi o que? Ousado. Inventivo. Original. Foi ele mesmo. Foi o pior. Resolveu fazer cinema tosco, fazer com o que tinha em mãos e na mente, com improvisações, com parcos recursos de orçamento e de técnica, mas nada foi motivo para impedi-lo de filmar. Hoje é cult, outrora era trash. Trash é cult? O que é trash? Se não ser famoso, reconhecido, não utilizar de super efeitos, ou não arrecadar grandes bilheterias e arrastar um grande público é ser trash, então... Ed Wood foi. Original, criou personagens estranhos, trabalhou com atores fantásticos, como Bela Lugosi, e trouxe para as telas vampiros, monstros, alienígenas e mortos-vivos. Humor peculiar, edwoodiano.
O pior filme de todos os tempos chama-se Plan 9 From Outer Space. Os alienígenas trazem os mortos para dominar os vivos, para impedir a destruição do sistema solar pela bomba solobonite. Segundo a cabeça doida de Ed Wood e dos extraterrestres, o homem desenvolveria essa bomba em um futuro próximo, e dessa forma ameaçaria a vida em todos os planetas. Os críticos de Ed Wood não sabiam que haveria um Onze de Setembro, e que George W. Bush governaria os EUA.
Fiquem bem!