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Porto Alegre, RS, Brazil
escrevo a dor e o prazer de viver vivo para escapar da morte morro e acordo cada vez mais forte

quinta-feira, 25 de junho de 2009

This is it

Queridos e queridas,

Michael Jackson morreu. 50 anos, ataque cardíaco, talvez por excesso de medicamentos. Farrah-Fawcet também morreu hoje. 62 anos, câncer. Ao saber dessas tristes notícias, deparei-me com flashes de minha infância. Eu andava de bicicleta com os cabelos voando pelo rosto, como se fossem os cabelos da pantera Jill. Eu não perdia o desenho dos Jackson Five, especialmente por causa do irmão caçula, Michael. Eu era criança, mas eu olhava aquele menino e pensava... ele vai longe. Eu via aquela mulher linda, sorriso largo e o corte de cabelo mais cobiçado no mundo naquela época, e pensava, só ela para conquistar o homem de seis milhões de dólares, Lee Majors, seu primeiro marido.
Quem conhece ou viu o filme Love Story (1970, direção de Arthur Hiller), com Ali MacGraw e Ryan O'neal, sabe que se trata de uma triste história de amor, no qual a doença e a morte, ao contrário de separar quem se ama, torna o amor mais forte. Ryan O'neal foi casado com Farrah-Fawcet. Separaram-se. Voltaram a ficar juntos, e há pouco tempo, com ela já muito doente, voltaram a casar. Love stories acontecem na vida real. Ryan O'neal verbalizou em uma frase toda a dor que sente. "Não sei o que vai ser de minha vida sem ela". Viver, apesar de perder quem se ama, é morrer um pouco também.

Não é exagero meu dizer que o mundo chora a morte de Michael Jackson. Artista polêmico, alvo de denúncias, acusações, escândalos, o fato é que o menininho dos Jackson five se negava a crescer, e saiu de sua infância humilde literalmente para o mundo. E apesar de todo o seu inigualável talento, olhem a ironia desta manchete, que li hoje: "Jackson muda a história da música, mas morre sozinho e endividado". Mesmo para lá de endividado, negava-se a se desfazer do Rancho Neverland, nome não escolhido ao acaso. Ele foi abusado pelo pai na infância. Ele foi acusado de pedofilia. Foi branqueando e se metamorfoseando, até hoje não se sabe se era vitiligo, câncer de pele, cirurgias mal feitas... o que importa?
Quando se é astro, estrela, tudo passa a importar. A cor da pele, o corte de cabelo, se tropeçou ao sair de casa, se come carne vermelha, se usa óculos de grau. Se Farrah-Fawcet não estivesse doente, não estaria sendo alvo de reportagens. Afinal, o tempo passa, e a linda loira de cabelos mágicos ficou em um passado distante. O tempo, na cronologia da tv e do cinema, é o maior inimigo dos artistas. O mesmo vale para Michael Jackson, que embora sendo eternamente o Moonwalker, estava prestes a iniciar a uma turnê para arrecadar dinheiro e cobrir as dívidas, de um mundo sem sentido e glamuroso do qual ele não conseguia mais sair. Alugava uma mansão, apesar de não ter dinheiro... No documentário Living with Michael Jackson (2003), de Martin Bashir, o cantor fez revelações que lhe custaram vários processos. Mas apesar de toda essa vida turbulenta, ele era o rei do pop, o cantor e dançarino que deixou composições, músicas, passos de dança, apresentações e videoclipes inesquecíveis.
Farrah-Fawcet estava gravando suas cenas finais em um documentário, produzido por ela e O'neal. Michael Jackson já havia declarado que a sua nova turnê, que teria 50 shows em Londres a partir de julho, seria a última: "É isso, serão os últimos shows, a cena final. Vejo vocês em julho". O nome da turnê que não houve é This is it.
This is it. A vida. Um fio.
Tchau.

Um comentário:

  1. Tenho algo declarer: se o Sílvio Santos morrer, o fimd o mundo está próximo!

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