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escrevo a dor e o prazer de viver vivo para escapar da morte morro e acordo cada vez mais forte

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Elementar, meus caros leitores

Queridos e queridas,

Cocaína no cachimbo, fumacinha saindo da mente do mais famoso investigador de todos os tempos. O personagem Sherlock Holmes, criado pelo médico e escritor Sir Arthur Conan Doyle, será levado às telonas neste ano, no filme de Guy Ritchie, com Robert Downey Jr. no papel de Holmes, Jude Law no papel do Dr. Watson, e Brad Pitt como o professor Moriarty,
o arquiinimigo de Holmes.

Tudo começou quando Doyle, então aluno do curso de Medicina em Londres, passou a observar o jeito excêntrico de seu professor, o cirurgião Joseph Bell.
Além de ser extremamente capaz em sua profissão, ele costumava diagnosticar sobre o corpo e o comportamento de seus pacientes, que lhe eram costumeiramente estranhos.

Doyle declarou, a respeito de sua fonte de inspiração: "Ele era magro, vigoroso, com rosto agudo, nariz aquilino, olhos cinzentos penetrantes, ombros retos e um jeito sacudido de andar. A voz era esganiçada. Era um cirurgião muito capaz, mas seu ponto forte era a diagnose, não só de doenças, mas de ocupações e caráteres." Observação e dedução.

Assim era Sherlock Holmes. Observa e deduz. Um detetive-consultor. Arrogante, cheio de manias, cheio de talentos, e cheio de contemplações certeiras e desconcertantes.
Elementar, meu caro Watson...

É, sem dúvida, a fonte de inspiração para o surgimento do mais genial personagem criado para uma série de tv. Gregory House é médico, viciado em Vicodin, músico de ocasião, tão arrogante quanto genial em diagnosticar doenças, mentes, comportamentos. House tem olhos penetrantes, um jeito sacudido de andar, é um médico que investiga a alma do paciente, e quanto mais difícil for o caso, mais ele se diverte, mais sua mente trabalha, observa e deduz.

Holmes e House, ambos moram no apartamento 221, e ambos tem um melhor amigo: o Dr. Watson, amigo de Holmes, e o Dr. Wilson, amigo de House. Somente Watson e Wilson conseguem apoiar, estimular, suportar, aguentar duas personas tão intrigantes e complexas.
Como Holmes, como House.

A vida de Sherlock Holmes, dedicada a elucidar toda a sorte de mistérios e crimes, teria acabado misteriosamente com um crime: Holmes, assassinado aos 69 anos, em seu apartamento 221.
O homem que virava noites sem dormir e sem comer,
fixado em desvendar mistérios e enigmas, foi acabar desse jeito.

Nós, que adoramos investigações inteligentes, poder de dedução com base em um mero olhar, ou desvio de olhar, não aceitamos a morte do personagem. Ele já havia morrido, em uma cena com Moriarty, nas cataratas de Reichenbach, na Suiça. Fãs de todas as partes do mundo protestaram, e o autor ressuscitou Holmes, com aquele truquezinho sem graça de roteiro do tipo, fingiu que morreu para investigar melhor os crimes. Mas tudo bem, o que importa é que Holmes ressurgiu das trevas. E agora, no filme de Guy Ritchie, a dúvida é saber se o Iron Man,
com a ajuda de Alfie, acabará com o Mr. Smith.

Eu, que tenho virado noites sem dormir, sem saber que estava imitando o grande detetive-consultor, fico aqui a pensar e deduzir, friamente, logicamente:
estou doente, preciso de ajuda, por favor, alguém chame logo o doctor House?
Elementar, meus caros leitores, elementar...

Um comentário:

  1. Muito boa a comparação do Sherlock Holmes com o House. Sou fã dos dois e não tinha me dado conta de que o primeiro inspirou o segundo.
    Li todos os livros do meu detetive preferido. Todos mesmo. Há muito tempo. Por isso, protesto contra a indicação do Downey Jr para o papel. Nada a ver. Só por aí já perco o estímulo pra ver esse filme.

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