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escrevo a dor e o prazer de viver vivo para escapar da morte morro e acordo cada vez mais forte

sábado, 11 de julho de 2009

Allan Stewart Konisberg

Queridos e queridas,

Um dos meus diretores-roteiristas preferidos chama-se Allan Stewart Konisberg. Ele nasceu no Bronx, em Nova York, em 01 de dezembro de 1935. É feio e genial, é sarcástico e sensível. Faz comédias com a intensidade de dramas, e dramas com uma leveza que fazem a gente rir de nossa carcaça, tão ridiculamente humana. Sim, ele é, e só poderia ser, Woody Allen. O diretor americano que ama Nova York declarou em uma recente entrevista na revista alemã TV Movie que "a vida é dura, cruel e curta demais". No começo da madrugada passada, o namorado de minha filha, após ler meu mais recente post, disse que me achava às vezes um pouco pessimista. Minha filha sorriu e emendou na hora: Mas ela é sempre pessimista! Ao que eu emendaria, parafraseando Woody Allen: "A vida é dura, cruel e curta demais".

Por ser a vida curta, ele filma compulsivamente, escreve, toca clarinete, compõe, anota idéias em uma gaveta. Por ser a vida dura e cruel, Woody Allen ri de seus fracassos amorosos, filosofa sobre o turbilhão de sentimentos que envolvem os relacionamentos, sejam em família, em parceiros, ou consigo próprio. Autor de obras como Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, Hannah e suas irmãs, Interiores, A Outra, Manhattan, Match Point, Dirigindo no escuro e O Sonho de Cassandra, a obra-prima A Rosa Púrpura do Cairo, e tantos e tantos outros filmes, Allen tem uma obra cinematográfica tão vasta quanto profunda, pois mesmo suas comédias são carregadas de tiradas existenciais e ontológicas sobre o sentido, ou a falta de sentido da vida. Allen é antes de tudo, um grande observador, um analista da alma humana, em trilhas sonoras regadas a óperas e em vinhetas hilárias no qual o próprio interpreta um espermatozóide pensando sobre a ejaculação (Tudo o que você queria saber sobre sexo, 1972).

A propósito deste tema, o sexo é um assunto recorrente na obra de Allen, que também é autor de tiradas psicanalíticas que ele sabe escrever maravilhosamente. Sobre a culpa, o desejo, a paixão, o remorso, e todas as emoções que emergem do porão de nossa alma. Dizemos uma coisa e pensamos outra, pensamos uma coisa e sentimos outra, e, bang!, Woody Allen filma isso de um jeito que parece que é a gente ou algum conhecido da gente que está na tela.
Ainda nesta entrevista, o cineasta declarou algo, no mínimo, inusitado: "Rodar filmes é como fazer amor: um entra no assunto esperançoso e geralmente acaba decepcionado." Realmente, um dos grandes nomes do cinema, é um dos grandes pessimistas e sábios mestres da ironia.
E eu assino embaixo.
Beijos!
“As pessoas sempre se enganam em duas coisas sobre mim: pensam que sou um intelectual (porque uso óculos) e que sou um artista (porque meus filmes sempre perdem dinheiro).” Woody Allen

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