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quarta-feira, 15 de julho de 2009

O galã septuagenário e Mr. Smith

Queridos e queridas,

Robert Redford casou novamente, aos 72 anos. Foi neste fim de semana, na Alemanha. O consagrado cineasta é um oscarizado que não gosta das badalações do Oscar e de outros rituais hollywoodianos. Foi ele quem criou o Instituto Sundance, uma organização sem fins lucrativos em prol da arte, e o Sundance Festival, o maior evento anual do cinema independente nos Estados Unidos. É curioso observar que na cerimônia do Oscar em 2002, Redford recebeu a estatueta pela criação do Sundance Festival. É curioso observar também, que cada vez mais o Oscar - premiação máxima no cenário internacional do cinema - rende-se a produções com orçamentos menores, propostas mais alternativas, mais autorais, como Crash e A Pequena Miss Sunshine, só para citar alguns. O galã que não quer ser galã já deixou marcas de sua influência, não somente como artista, mas como ativista na arte do cinema.

O primeiro filme que assisti com Robert Redford foi Butch Cassidy (1969). Ele e Paul Newman eram dois charmosérrimos ladrões de bancos. Veio aí o Prêmio da British Film Academy, por sua atuação como Sundance Kid. Ele e Newman estariam juntos novamente em Golpe de Mestre (1973), que tem uma das trilhas sonoras mais lindas já feitas para o cinema. Produzida por Marvin Hamlisch, a trilha tem arranjos inspirados na música de Scott Joplin. Eu gostava tanto da trilha deste filme que cheguei a criar, na Rádio da Universidade, há uns doze anos atrás, o programa Artvídeo, para usar trechos da trilha na abertura do programa.

Redford tem uma vida curiosa. A arte sempre esteve presente em sua vida, mas foi se manifestando aos poucos, pelas beiradas. Desde criança gostava de desenhar, pintar e de esportes. Sua primeira mulher o incentivou a trocar a pintura pelo teatro. Ele queria ser cenógrafo, e seu professor de teatro o incentivou a fazer curso de ator. Deu no que deu. Uma sólida carreira cinematográfica de cinco décadas, mais de 40 filmes, vários prêmios, entre os quais o Oscar de melhor diretor pelo filme Gente como a Gente (1980). Um tocante drama familiar, que mostra a decomposição de uma família após a morte de um filho.

São vários os filmes de ou com R.R. que eu gosto: Entre dois amores (1985), Nada é para sempre (1992), Quiz Show (1994) Íntimo e pessoal (1996), e Jogo de Espiões (2001 )são alguns desses filmes. E, convenhamos, no filme Proposta Indecente (1993) ele desfila todo o seu charme e sedução, a ponto de ser difícil acreditarmos que ele é um galã que não quer ser galã.

O fato é que R.R. continua firme em seus projetos e ações no e pelo cinema, e também em sua vida pessoal. Acho ele mais lindo ainda, agora que é septuagenário. Cada vinco, cada marca em seu rosto traduzem a sabedoria e a maturidade de seu charme e de seu talento. Ele é ambientalista, e é natural. Por isso ele é, querendo ser ou não, o galã que ainda arranca suspiros. Por isso que é infame dizer que Brad Pitt é o novo Robert Redford. Quem já viu o filme Nosso amor de ontem (1973), no qual ele contracena com Barbra Streisand, entende o que estou falando. Ele é muito mais do que um rosto perfeito. É uma trajetória de interpretações e realizações impecáveis. Como Clark Gable e Cary Grant, Robert Redford é naturalmente galã, e não mais um rosto bonito como Mr. Smith.
Beijos e suspiros.

Um comentário:

  1. Adorei, como sempre, o teu texto!
    Só que uma coisa é uma coisa e... outra coisa é outra coisa! Não dá pra comparar o Robert Redford com o Brad Pitt, apesar de eles serem bem parecidos! Os dois são ótimos atores, na minha opinião e têm critério para escolher os papéis e os filmes nos quais vão atuar. Quando o Brad Pitt tiver 70 anos, vais concordar, finalmente, comigo! E ele não é apenas bonito!

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