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escrevo a dor e o prazer de viver vivo para escapar da morte morro e acordo cada vez mais forte

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Da criação à ação, uma nova produção

Queridos e queridas,


Cheguei há pouco, exausta, mas feliz. Foi um dia de filmagem, extenso e intenso. Deu tudo certo, mais do que certo. Não sei explicar a sensação que é estar ali, filmando, depois de semanas e semanas de preparativos. Levamos todo o tempo que for necessário, dentro do tempo que termina sempre antes da hora, na expectativa de que tudo dê certo.
Dar certo não significa necessariamente, na minha opinião, um filme que depois de pronto vá agradar o crítico e o espectador.

Perdoem-me a sinceridade. Eu sou do time que acha que escrever uma história, produzir um vídeo, dirigir um filme, tem um sentido maior, em si mesmo, independente de ser ou não ser sucesso de público, de ser ou não ser aclamado pela crítica, de receber ou não receber prêmios em festivais. Não estou desmerecendo - longe de mim - as opiniões, as apreciações, as críticas. E os prêmios. São muito importantes e, podem ser ou parecer serem medidores da qualidade de um filme. Mas não são fundamentais. Primeiro, porque não existe uma fita métrica ou uma fórmula matemática que defina a qualidade de um filme. Depois porque, quando há uma criação que se consuma em ação, como no caso de um filme, importa primeira e primordialmente que agrade a quem o fez. Se nem aquele que o fez achar que vale a pena, então, delete. Mas quando filmamos uma cena uma vez ou dúzias ou pencas, é porque nos levamos a sério e levamos a sério todos os que estão conosco nessa, desde a equipe de produção até os apoiadores.
E, principalmente, o filme. Merece, no mínimo, respeito.

Eu comparo a realização de um filme com a auto-estima. De menos é problema. Demais é outro problema. No equilíbrio, é filme bom. Hoje foi um dia desses. Foi um dia de construção coletiva, que me faz lembrar do filme Viva o cinema brasileiro!, longa de Buca Dantas que mostra a saga de uma equipe de filmagem pelo Sertão do Brasil, junto a pessoas que nunca estiveram em uma sala de cinema. O cinema-processo, o cinema-verdade, o cinema-imperfeito, o Cinema Novo, tudo ali a ser questionado. O que é cinema, e por que fazemos cinema?

Nem me atrevo a responder, aqui e agora. Mas dizer que hoje senti isso de novo, junto com meus colegas de produção, um elenco que tirou de letra as falas e poses, sendo hoje, coincidência, ou não, o Dia do Amigo.
Um brinde especial aos voluntários, guerreiros, parceiros de produção, e aos nossos apoiadores!

Um comentário:

  1. Querida Gian,
    como sempre um belo texto, uma urdidura de fatos que desembocam em carinho. Lindo tudo.
    Obrigada!
    Feliz Dia do amigo atrasado!

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