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escrevo a dor e o prazer de viver vivo para escapar da morte morro e acordo cada vez mais forte

sábado, 19 de setembro de 2009

Voar, viver e arriscar

Queridos e queridas,

Serei breve hoje. Estou prestes a viajar, e com um frio no estômago. Porque adoro viajar de avião, especialmente decolar e aterrissar. Aquela adrenalina da velocidade, subindo, descendo, acho muito bom. Gostaria de poder fazer isso muitas vezes. O problema em um vôo, como na vida, não está necessariamente no começo ou no fim ,mas no durante. Explico: depois que estamos no ar, tudo está bom se funciona bem, sem panes. But, se houver panes, as nossas chances são infames. Comparei o vôo à vida porque voar é uma libertação. Nos dá as asas que não temos nem teremos. Não somos pássaros nem anjos. Mas voar é também arriscar. Cruzar nuvens, desafiar os deuses. E as panes acontecem, às vezes.

Como no filme Náufrago (2000). Dirigido por Robert Zemeckis, com Tom Hanks interpretando Chuck Noland, um inspetor da multinacional FedEx. Durante uma viagem entre as várias que ele costumeiramente fazia a trabalho, ocorre um desastre, uma pane aérea filmada à perfeição. Eu diria que é a melhor cena de desastre aéreo no cinema, na minha modesta opinião. É uma agonia só. Ele acorda em uma ilha na qual vai praticamente voltar à Idade da Pedra na luta pela sobrevivência. Sozinho,por quatro anos.

O filme rendeu duas indicações ao Oscar. Tom Hanks é sabidamente um grande ator, um dos melhores, e deu tudo de si nesse papel. É emocionante testemunharmos a luta de um homem para entender por que isso aconteceu, e apesar disso, não desistir, não enlouquecer. Nem que para isso pareça um louco que conversa com uma bola chamada Wilson. Nos momentos mais dramáticos de nossas vidas, nos vemos de repente segurando objetos que nos lembram momentos, emoções, pessoas que nos são caras. Uma foto, um bicho de pelúcia, um bilhete, até mesmo um lenço de papel que lembre a rinite alérgica de alguém que amamos...

Náufrago é um filme extremamente humano. Na solidão um homem encontra a si mesmo. Às vezes é preciso naufragar, ir no fundo do poço, na tota escuridão, para nadar até à superfície, voltar para o topo, retornar a ver a luz. Voar e viver. É arriscar. Movimentos, subidas, descidas, panes. Mas muita adrenalina, também.

Então, fica aqui a sugestão para ver ou rever um filme que emociona pelo começo, pelo durante e pelo fim. E eu, agora, vou arrumar minha pequena bagagem. Com a lembrança de um almoço-surpresa especial feito pela minha filha Chef Rafaela. Com o compromisso de ver Transformers com meu filho Thomas, SEM FALTA!!!!, quando eu retornar. E pelas saudades que já tenho dos que amo e que me querem bem.
Saudades!

Um comentário:

  1. Bem vinda minha amiga apaixonada!
    Ótimo filme, lindo comentário, muito pertinente.
    Hoje é um dia estranho pra mim. Depois de cinco anos de luta por Justiça descobri que a justiça pode ser uma bola como o Wilson. Um ente em que nos agarramos pra sobreviver. Esta noite de 24.09.2009 quando ouvi depois de 13 horas de julgamento, a palavra ABSOLVIDO para o monstro que matou meu filho pra roubar-lhe os tênis, meu coração bateu com força.As pessoas vieram em minha direção com abraços, desculpas, choro e eu ali na descoberta que JUSTIÇA é qualquer coisa que nada tem a ver com a pompa do Tribunal do Juri, nem com o discurso brilhante do promotor, muito menos com os ataques preconceituosos e baixos de uma Defensora que mais parecia um pit-bull. A JUSTIÇA podia até se chamar Wilson, o Wilson que a Valéria acreditava. Na batida do coração, um sinal: A luta continua e tem que ser pesada. JUSTIÇA deve ser uma utopia mas aprendi recentemente que a utopia é o combusível dos nossos sonhos. SEJAMOS UTÓPICOS! Desculpe Gian pelo desbafo. Beijos!

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