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terça-feira, 15 de setembro de 2009

Heróis, anti-heróis e losers

Queridos e queridas,

Estava eu a pensar sobre o tema do post de hoje. Fiquei sabendo que novos heróis saídos das histórias em quadrinhos irão em 2010 para as telas do cinema: The Losers. A direção é de Sylvain White, com produção de Joel Silver, que também produziu Matrix. O roteiro, de Peter Berg e Janes Vanderbilt, foi baseado nos quadrinhos de Andy Diggle (argumentos) e Jock (ilustrações). O filme vai apresentar a história de membros das Forças Especiais dos Estados Unidos que partem em uma missão na Bolívia, onde uma emboscada os aguarda. O grupo é dado como morto. Mas eles voltam, disfarçados, para impedir que o inimigo chamado Max comece uma guerra tecnológica no mundo.

Estava eu escrevendo esse texto quando o meu genrinho chega e me pergunta, à queima-roupa: Carla, tu preferes Batman ou Watchmen?, e eu, imediatamente, revido: O que??? E ele, calmamente, repete a pergunta. Mas como é que eu posso escolher entre Batman e Watchmen? Ele continua aguardando minha resposta, inabalável. Então, eu, meio gaguejante, tento responder que, se tenho realmente que escolher, será Batman. Afinal, Batman é meu alter-ego, Batman é meu ídolo de infância, das histórias em quadrinhos, e depois no seriado de televisão, e depois no cinema, e agora repetidamente no DVD.
Batman, Coringa, Darth Vader, Rorscharch... como vou escolher O herói? Meus leitores, minhas leitoras. Eu sei o que vocês estão pensando. Heróis? Darth Vader é herói? Coringa???? E Rorscharch, aquele sinistro psicótico?? E o Batman, sinistro, amargurado, o justiceiro das linhas tortas...

Meu genrinho resolve a questão. Ele não aguenta esperar a chegada da minha filha e nem a chegada da meia-noite e um segundo para dar meu presente de aniversário. Me estende dois pacotes. Daí eu entendo tudo. A resposta correta é Batman E Watchmen. Óbvio!!!! E eu, muito, muito emocionada, abro os pacotes, cuidadosamente, logo eu que quando abro um envelope rasgo a carta, invariavelmente. Todo o meu cuidado é recompensado quando abro a primeira embalagem e vejo, com as mãos e os olhos trêmulos, a edição especial dos quadrinhos Watchmen, de Alan Moore e Dave Gibbons. Volume Um e Volume 2. Daí, vou abrindo a próxima embalagem enquanto vou imaginando, com meus superpoderes de olhos de raio-X, que verei... BATMAN, o meu ídolo de histórias em quadrinhos.

Acho que não caí no choro porque os tornados da vida me endureceram um pouco. Só um pouco. Cada página que comecei a folhear me conduziram imediatamente para minha infância. Minha vida entrou em um quadrinho, em balõezinhos com muito PAF! POF! BUM! e com riscos e rabiscos de desenhos com muita ação, adrenalina, aventura, emoção, e diálogos curtos e profundos. A busca da justiça, a busca pelo fim da violência, a busca da superação de traumas. Batman, o cavaleiro das trevas, edição definitiva. O Batman de Frank Miller, Klaus Janson, Lynn Varley, e letreiramento original de John Constanza e Todd Klein. O Batman criado por Bob Kane. O Batman que dá uma surra no Super-Homem, que em vez de cuidar da cidade, passa a cuidar dos interesses do governo. Esse Batman sombrio, que Frank Miller transformou, em 1987, no consagrado personagem de graphic novel, no super-herói que aos 60 anos volta com a roupa do homem-morcego para a igualmente sombria e violenta Gotham City.

O meu mais novo livro de cabeceira já começa assim: "Aquele livro horrível apelava para o medo dos pais com relação aos próprios filhos. As Histórias em Quadrinhos foram rotuladas como a principal razão da delinquência juvenil". Esta citação, de Frank Miller, prossegue assim, mais adiante: "Se a natureza humana é imutável, o espírito criativo é indomável... O Cavaleiro das Trevas é, obviamente, uma história do Batman. Em grande parte, procurei usar a escalada da criminalidade no mundo ao meu redor para retratar um mundo que precisava de um gênio obsessivo, hercúleo, e razoavelmente maníaco para pôr as coisas em ordem."

Então, meu aniversário começou muito, mas muito bem mesmo. Acredito na importância de cultivarmos a imaginação, e por que não, a idolatria pelos super-heróis, ou anti-heróis, ou losers. Como muito bem disse Frank Miller, ao concluir a introdução: Os heróis fazem o que eles sempre precisam fazer: perseverar, ou morrer tentando. Esse é o meu lema.
Beijos!!!
Dedico esse post ao genrinho Umberto, pelo tesouro que me deu neste aniversário.

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