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Porto Alegre, RS, Brazil
escrevo a dor e o prazer de viver vivo para escapar da morte morro e acordo cada vez mais forte

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Falling down


Queridos e queridas,


Lembrei muito do Michael Douglas hoje. E do dia de fúria dele, de seu personagem William Foster, que ele interpretou em Falling down, de Joel Schumacher.

Todos nós temos nossos dias de fúria, nossos momentos de "parem o mundo que eu quero descer". Eu acho que isso acontece quando o anjo da guarda voa pralgum lugar, pra espairecer um pouco, e nesse meio tempo coisas estranhas e estapafúrdias acontecem. Senão, vejamos: vou no posto da saúde trocar o curativo, no horário em que a enfermeira-general não está. Me quebrei. A recepcionista-coronel me informa que a sala que também usam para curativos está ocupada para outro atendimento. Que eu volte mais tarde. Quando, eu perguntei? Mais tarde, ela re-respondeu, como se eu não tivesse ouvido, ou entendido. Pior: eu ouvi e entendi e tive que ir embora. Tinha muita coisa pra resolver. Como sempre temos, todos os dias. Tinha que ir assinar um documento no banco. Lá chegando, fui informada pela pessoa que combinou comigo pra ir hoje que ela esqueceu, por tudo que é mais sagrado, de me avisar que a assinatura do documento não seria mais hoje. Ela me avisou face to face. E nem ficou vermelha. Eu devo ter ficado. De raiva. E fui embora. Daí fui na farmácia, porque tinha que comprar uma penca de remédios. No cartão de crédito. Três funcionárias se revezando para entender uma máquina, a toda-poderosa máquina que só trabalha se forem decifrados seus códigos. E eu esperando. Esperando. O cartão não passou. Mas como não???? Informe-se no seu banco, ela respondeu tranquilamente, e eu, não tranquilamente, dei outro cartão pra ela e depois de esperar por ela, e pela outra, e pela máquina, recebi o pacote, e fui-me embora. Telefono para saber por que o cartão estava bloqueado. Várias tentativas de discagem depois, disque um para o raio que o parta, disque dois para que o raio não caia duas vezes no mesmo lugar, e assim por diante, finalmente uma voz que parecia ser humana me recebe, pedindo uma e duas e centenas de confirmações. Lá pelas tantas eu penso, mas será que eu sou mesmo eu???? Bem, como ela agradeceu as confirmações, terminei acreditando, pelo menos provisoriamente, em minha própria existência. E ela desvendou o mistério: o cartão não estava bloqueado, a pessoa da farmácia tal (não vou fazer propaganda dela) errou ao digitar o código de segurança. Pois eles sabem tudo, mesmo! O grande irmão!!! Agradeci, raivosamente.

Foi tambem o dia da atendente da imobiliaria me ligar para dizer que o meu salario nao e suficiente para alugar um local que eu tanto queria para trabalhar... imaginem, produtora de cinema e video em fase de formacao... coisa de gente doida...

E, pasmem, depois de toda a irascivel reacao que tomou conta de mim, fui assistir pela milesima vez o documentario Perambulantes, a convite dos organizadores da Semana da Biodiversidade.

Cada vez que assisto esse filme parece ser a primeira. Porque eu embarco na viagem pela Porto Alegre que os porto-alegrenses desconhecem. E o debate com pessoas queridas e super interessadas no assunto, no final da exibicao e da noite, serviu para me mostrar que apos um dia de furia, nada melhor do que resgatar a paz de espirito e a tranquilidade de estar de bem consigo mesmo. E quando eu for dormir, daqui a pouco, vou lembrar das perguntas interessadas daqueles jovens, e vou esquecer das pessoas e das situacoes bizarras que cruzam o caminho da gente. Wiliam Foster, se tu tivesses cruzado com jovens de olhares brilhantes, teu futuro teria sido outro. Tu nao eras emocionalmente perturbado. Tu ficaste, pela dificuldade de lidar com um mundo perturbado.


Fiquem bem.

Um comentário:

  1. Esse filme é ótimo! se não me engano, Joel Schumacher tb dirigiu "Velocidade Máxima", com o Keanu Reeves.

    Bom, pelo menos uma vez por ano a gente tem dias assim. PELO MENOS, eu disse. Ha! Ha! Ha! Às vezes é complicado viver num mundo perturbado, com uma super população de pessoas bizarras, grosseiras, donas de extrema má vontade... Mas depois de um dia turbulento é sempre bom a gente se dar conta que, apesar de tudo, ainda há pessoas boas, coisas de que gostamos e que nos fazem bem, e relaxar um pouco...

    Assim, parece que tudo volta pra um determinado nível de normalidade onde fica mais fácil lidar com os problemas da vida real... E seguir em frente!

    Como diria o Terminator (atóóóóóóóóronnnn Terminator): Hasta la vista, baby!!!!

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